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21

domingo, 4 de setembro de 2011

Faz tempo que não escrevo, as vezes me pego desajeitado em frente ao papel, sinto que não faz sentido e isso se dá devido a eu mesmo não achar um sentido pra sorrir. Passei as últimas semanas bem, até tivemos uma conversa amigável em que tu sentiu orgulho de mencionar o novo namorado, e pro meu espanto: não me machucou. Não doeu, não restou mágoa e ao entender isso eu fiquei feliz, passei tanto tempo aqui na cidade do eu sozinho, que aprendi a construir essa armadura. É isso mesmo que aconteceu, estou pronto pra outra. Hoje é domingo, nunca gostei desse dia pois sempre significou o fim de alguma coisa, a tristeza bateu. Percebi que fiquei pra trás, em todos os sentidos. Solidão. Li uma carta de Caio Fernando Abreu que dizia: "Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão. E que só sabe escrever. Não sei mais falar, abraçar, dar beijos, dizer coisas aparentemente simples como “eu gosto de você”. Gosto de mim. Acho que é o destino dos escritores. E tenho pensado que, mais do que qualquer outra coisa, sou um escritor. Uma pessoa que escreve sobre a vida – como quem olha de uma janela – mas não consegue vivê-la". É visceral pra mim, me sinto do mesmo jeito. É bom que não se sinta assim, acho que poucos aguentam tamanha provação. Meus olhos cheios de segredos olham ao redor e falam tanto, mas ninguém parece falar o meu idioma.

Um comentário:

  1. Essas armaduras que deveriam nos proteger, são justamente alvos que nos fazem mais e mais vulneráveis. Não são feitas de ferro, são feito bolhas de sabão, frágeis, mas nunca vão permitir a entrada ou saída de ninguém sem que se quebrem.
    Meu bem, poucos falam o mesmo idioma. Poucos compreendem a dor alheia. São estes poucos porque sabem o que o outro sente ou tem uma breve noção. A verdade é que muitos de nós somos narcisistas neuróticos. Cada um voltado pra sua própria dor, ignorando a dor alheia e causando ainda mais dor no mundo todo.
    Tem uma frase que diz "A humanidade sofre, e eu sofro com ela". Estou no caminho.
    Enfim, te cuida, menino.

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