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Você aí na Rússia, lugar frio e eu aqui no eterno verão brasileiro, tão distantes, ouço sua voz, vejo seu sorriso, mas a tela não dá fim ao sentimento ruim que aperta o peito só de pensar... parece até que aumenta. Mergulho na solidão e me afogo na saudade, teu oceano agora é outro. Um último suspiro.

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Devaneios espalhados pelo chão gelado, as fotos despedaçadas na lixeira laranja, o teu calor que ousava permanecer em mim. Criei pra mim essa história de amor distorcida, necessidade vital de pertencer. Ouvi falar que adiantaram o temido fim do mundo para amanhã, dia "vinteeum", dia ímpar, incomum... talvez o mundo acabe, talvez não. Tolos são aqueles que não percebem que o mundo já está acabando, aos poucos. Eu não percebi, quando dei por mim você já estava com a mão na maçaneta da porta, falou baixinho e olhou pra trás. O último olhar. Lembrei na hora de Elizabethtown, o primeiro filme que vimos juntos e um dos muitos para os quais te apresentei, deveria eu me tornar um colecionar de 'last-looks'? Não, não imagino que deva haver algum outro pra mim, não agora... não estou pronto pra me arriscar em uma nova história. O teu last-look continua pregado com super-bonder na minha mente.

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Tentamos demasiadamente engolir a seco o que não nos agrada, somos obrigados a fazê-lo em busca da "política de boa vizinhança". Fica aí você no seu canto, eu aqui no meu... educação em primeiro lugar mas fale comigo somente quando for necessário, não somos trogloditas mas até Brutus há de concordar que tanto desprezo assim só pode ser algo bem mais profundo. Amor e ódio. Fico com o segundo, cansei de dar amor à quem só procura o próprio umbigo, narcisismo não é uma qualidade minha querida. Mas vá, te desejo o melhor, sabes, que seja feliz. Mas mude, plante coisas boas para colher coisas melhores. Todo mundo tem que saber a hora de parar, ou seria de começar? "Chega! Não vou mais sofrer por amor." "Minha dieta de segunda vai durar a semana toda!". Se estás tendo sonhos ruins, para que voltem a ser bons a resposta é simples: SONHE MAIS. Então eu sonho, coloco o fone no ouvido e fico aqui, nesse meu mundinho paralelo, não tem você, não tem ninguém. Cidade do Eu Sozinho. Por hoje, isso me basta. Esse é o meu segredo.